Um momento histórico para a esgrima brasileira! No sábado (4), a equipe feminina de espada, formada por Nathalie Moellhausen, Amanda Netto Simeão, Victoria Vizeu e Bia Bulcão, conquistou medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Este foi o primeiro título do Brasil em torneios de equipes dos Jogos Pan-Americanos, incluindo todas as edições disputadas.
O Brasil só subiu ao alto do pódio na esgrima dos Jogos Pan-Americanos uma vez em toda a História: em Winnipeg, 1967, quando Arthur Cramer foi campeão individual, também na espada. Portanto, as meninas quebram um jejum de 56 anos sem qualquer ouro para a esgrima brasileira.
De quebra, os esgrimistas do país que competiram no Chile igualaram a melhor campanha da modalidade em Jogos Pan-Americanos. A última vez que a esgrima brasileira tinha subido tantas vezes ao pódio – cinco – tinha sido em Toronto 2015.
Campanha irretocável
As meninas da espada entraram determinadas em pista. No jogo contra as colombianas, o Brasil só foi ameaçado uma vez, após o terceiro encontro, quando o placar apontou 10 a 10. Mas logo o time brasileiro voltou a abrir vantagem e fechou em 45 a 34.
O duelo seguinte seria contra a Venezuela, tradicional adversário nas Américas, ocupando a 20ª colocação no ranking mundial (o Brasil está em 21°). E as nossas meninas dominaram a pista, do início ao fim. A menor vantagem brasileira foi de dois pontos, ao final do quarto encontro. Naturalmente, o time abriu dianteira e conseguiu o expressivo placar de 45 a 35.
Para decidir a medalha de ouro, as brasileiras teriam de passar pelo Canadá, equipe número 13 do ranking feminino de espada. O jogo foi bem equilibrado no início. O Canadá mantinha uma vantagem muito pequena, até o quarto encontro, entre Amanda Netto Simeão e Alexanne Verret, que terminou em 13 a 12. Foi quando Victória Vizeu pisou na pista pela segunda vez, para encarar Leonora Mackinnon.
A menina, de apenas 19 anos e uma das mais promissoras atletas da esgrima brasileira, foi perfeita. Abriu quatro pontos de frente e contagiou a equipe. Nathalie Moellhausen ampliou a vantagem para oito no encontro seguinte e depois as meninas puderam administrar até o final, quando vibraram intensamente com o inédito título.
Bia Bulcão, atleta do florete que fez parte da equipe de espada, lembrou o espírito de união que o time mostrou na pista: “Vi todo o jogo de fora. As meninas jogaram muito bem hoje, entregaram tudo que elas tinham. Apesar de qualquer dificuldade, elas souberam superar. E eu fiquei muito orgulhosa em ver como elas jogaram como equipe, sempre se ajudando e esse foi o diferencial”.